Florence, a enfermagem e a pandemia

*Paulo Frange

Há cerca de seis meses que não atendo um paciente no consultório, com quadro de gastrenterocolite aguda.  Nos pronto socorros, adulto e infantil, esse quadro também está menos frequente. E pensar que, já perdemos vidas por doença tão simples, cuja causa está intrinsecamente ligada aos nossos hábitos alimentares e de higiene. 

Nos últimos meses entendemos melhor a necessidade de lavar as mãos para prevenir contra o CORONAVÍRUS.  Mas, há 200 anos, a enfermeira Florence Nightingale percebeu como essa atitude tão básica, a lavagem das mãos, era capaz de evitar inúmeras doenças. Ela observou que a maioria dos soldados que morriam na Guerra da Criméia tinham como causa, as infecções. Foi treinando e ensinando que se transformou em mãe da enfermagem moderna.

A importância do trabalho de Florence sempre foi reconhecido pelo mundo, mas, principalmente, neste momento de pandemia que o Brasil e o mundo atravessam. A enfermagem tem um importante papel no combate ao Covid-19. Os enfermeiros tornaram-se atores principais dessa trágica pandemia.

Infelizmente, por estar na linha de frente do atendimento ao COVID-19, centenas de profissionais de enfermagem perderam suas vidas nesse enfrentamento. A enfermagem precisa cada dia mais de segurança para o trabalho, com equipamento de proteção individual adequado bem como, redução da jornada de trabalho.

Agora, vamos esperar que no pós-pandemia, o mundo compreenda o real valor dos profissionais de saúde, a importância de investimentos na área de saúde, assim como, investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico. A essa altura, acho que todos os governantes do mundo já conseguiram chegar a um diagnóstico simples e claro: sem saúde  forte não haverá mais economia forte.

E, para ter saúde forte, é necessário um grande exercito de profissionais treinados, motivados e equipados. Que venha o futuro!

*Paulo Frange

Médico Cardiologista e Vereador de São Paulo

 

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