Estamos na décima semana consecutiva de redução de números de óbitos na capital. Também, ocupando menos da metade do número de leitos de UTI. Há também, estabilidade do número de novos infectados, em relação ao período anterior à flexibilização. Ainda estamos em quarentena, mas as notícias são muito boas em relação ao resto do país!!
Cada dia mais , a cidade de São Paulo se distancia dos números do Estado de São Paulo e do Brasil!
Além do mais, somos a única cidade do Ocidente com mais de 5 milhões de habitantes, com um leito de UTI vazio, para cada leito ocupado!!
Hoje, a capital São Paulo, tem 31 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes. Isso é quase o dobro, comparado com as capitais da Europa, e 6 vezes o da média das capitais do Brasil, para cada 100 mil habitantes!!!
As curvas da cidade de São Paulo, em azul, é bem diferente da evolução do Brasil. Assim como, a evolução foi até o momento, bem melhor que Madrid, Nova York e Lombardia.
Importante agora acompanhar essa evolução, para continuar o trabalho para não ter riscos de segunda onda ou retorno do crescimento da doença, como já aconteceu em outros lugares no mundo.
Da Europa, também bem maus exemplos !! Madrid suspendeu a divulgação dos números diários, desde maio. E hoje, o Reino Unido fez a mesma coisa, alegando que vai rever a metodologia!!
Finalmente!!!
Só teremos paz e ficaremos livres do coronavírus, após vacinação. Há muito esforço e investimento da comunidade científica. São 141 propostas até agora.
Mas, para nós brasileiros, até o momento, são duas as maiores chances de vacinas.
Há outras pesquisas no país, de vacinas nossas, em fase pré-clínica ou seja, ainda vai tempo e depois terá que passar pela fase de teste em humanos, a fase 3.
Imagine então, vacinar 7,5 bilhões de pessoas no mundo. O importante é que o programa vacinal nosso, já é reconhecido como de muita eficiência, e em breve usaremos a vacina, como a de gripe dos tempos atuais.
Para nós, interessa as duas. São tecnologias diferentes e conceitos diferentes, mas com o mesmo sucesso na imunização. Essas são com certeza até o momento, as duas prováveis vacinas que usaremos. Que seja breve.
Mas, até a produção, distribuição e vacinação da população num país continental como o nosso, temos uma boa caminhada pela frente.
Com um milhão de infectados, o Brasil é o segundo maior em número de infectados e mortos. São 45 mil mortos, com cerca de 450 mil pacientes já “curados”.
São 27 Estados, cada um conduzindo com seus protocolos e dentro das condições instaladas e de capacidade de enfrentamento da doença. O que está claro, é que passamos para o momento da interiorização da doença. O maior problema agora, é enfrentar a doença, em cerca de mais de 30% dos municípios que estão no interior do país , sem leitos de UTI e que dependerão de transporte em AMBULÂNCIAS e até AVIÕES , para as cidades com mais recursos.
Nenhum outro pais no mundo , tem uma realidade comparável com a nossa. Somos um caso único, quanto às condições climáticas, topografia, malha rodo hidroviária, além do tipo de habitações que temos, nas periferias e nas regiões mis pobres, onde o isolamento ou distanciamento, é quase impossível. Isso sem contar com o perfil do nosso brasileiro, da informalidade, que não terá como cumprir com o apelo do distanciamento, por depender do trabalho do dia, o sustento de sua família.
A PANDEMIA, escancarou nossas diferenças sociais, nossos abismos, nossas diferenças. Temos muito por fazer nesse país, no PÓS PANDEMIA.
Com 100 Respiradores que chegaram para o HOSPITAL DA BRASILÂNDIA, até o final dessa semana estarão instalados e funcionando, os 15 leitos de UTI com mais 100 novos, totalizando 115 leitos de UTI.
Nas enfermarias, serão mais 30 leitos. O problema do atraso, estava no aguardo dos respiradores. Agora, equipados, estarão disponíveis para atender a demanda do COVID-19.
Atualmente, a cidade tem leitos suficientes de UTI, porém, não sabemos como ficarão nos próximos dias, uma vez que ainda não chegamos no pico da doença
Embora ainda com necessidade de melhor avaliação, já é possível respirar timidamente com os resultados.
O distanciamento na capital, mesmo que não ideal, mostra resultados melhores, no abastamento da curva de novos contaminados por dia. O mesmo acontece com evolução dos óbitos.
O LOCDOWN, vai ficando fora de possibilidade de ser usada. O que preocupa, é o crescimento no interior.
Isso já nos aponta a necessidade das discussões de enfrentamento do momento de flexibilização, com muito cuidado e responsabilidade.
Para nós médicos, uma morte significa a perda total da vida. Nada justifica achar que está melhorando, e o número de mortes sendo apresentadas.
Porém, vejam esse gráfico de hoje. O número de óbitos dos outros estados, estão na linha VERDE. muito mais ascendente que a linha VERMELHA do Estado de São Paulo.
Mais abaixo, a evolução dos óbitos da cidade de São Paulo, na linha AZUL, vem se mantendo dentro de uma curva SEM PICOS. Ou seja , há um controle dessa evolução , pelas medidas de distanciamento , bem como ações de internações precoces dos casos leves e moderados , sem necessidade de UTI , que hoje estão distribuídos na rede pública e principalmente nos hospitais de campanha .
Essa é uma análise , sem nenhum interesse de politizar, esconder ou maquiar números . Análise simplesmente técnica. Não estamos discutindo testagem, que poderia ser maior, se os Kits existissem para compra etc.